Abraçar o novo ano: Navegar pelos conflitos interiores e questões não resolvidas

Isabel Henriques
dezembro de 2025

Ao darmos as boas-vindas ao novo ano, é natural reflectirmos sobre as experiências que moldaram o nosso crescimento no ano anterior. Vamos explorar como lidar com o que deixámos para trás, os conflitos internos persistentes e as questões não resolvidas que trazemos connosco.
Começar um novo ano implica muitas vezes olhar para trás, para o que aconteceu. No entanto, é fundamental distinguir entre o que podemos controlar e o que está fora do nosso controlo. Como Viktor Frankl sabiamente observou, “entre o estímulo e a resposta, há um espaço. Nesse espaço está o nosso poder de escolher a nossa resposta”. Reconhecer esta liberdade de escolha é o primeiro passo para nos libertarmos do que já não nos serve.
Algumas experiências do ano anterior podem permanecer, moldando a nossa perspetiva e influenciando o nosso bem-estar emocional. Ao cultivar a gratidão e a aceitação, podemos começar a moldar uma mentalidade mais resiliente em relação ao que carregamos connosco.
Os conflitos internos resultam muitas vezes de expectativas não satisfeitas e de auto-percepções questionadas. Ao explorar estes padrões comuns de pensamento disfuncional, podemos desenvolver estratégias para desafiar e modificar os pensamentos negativos, promovendo uma visão mais saudável de nós próprios e do mundo que nos rodeia.
As questões não resolvidas podem persistir como fontes de stress permanente. Lidar com questões não resolvidas, expressando autenticidade e emoções, é uma abordagem eficaz para transformar desafios em oportunidades de crescimento pessoal.
Ao lidar com conflitos internos e questões não resolvidas, é vital adotar estratégias construtivas para lidar com eles. A prática da atenção plena, baseada na tradição budista, oferece técnicas para cultivar a atenção plena no momento presente, reduzindo a ruminação sobre o passado e a ansiedade sobre o futuro.
Ao libertarmo-nos do que já não nos serve, é essencial abraçar a esperança e a tranquilidade. Ao centrarmos a nossa atenção nos nossos pontos fortes e no apoio das relações interpessoais, podemos encarar o novo ano com um otimismo renovado.
No início deste ano, convido todos a empenharem-se na viagem de auto-conhecimento e crescimento. Ao confrontar os nossos conflitos interiores, resolver assuntos pendentes e cultivar uma mentalidade positiva, construímos as bases para um ano cheio de possibilidades e realizações.
Com esperança renovada e paz de espírito, desejamos-lhe um ano novo cheio de sucesso e bem-estar emocional.
Referências:
Frankl, V. E. (1984). Man's Search for Meaning. Beacon Press.
Rogers, C. R. (1959). A theory of therapy, personality, and interpersonal relationships, as developed in the client-centered framework. Em (ed.) S. Koch, Psychology: A Study of a Science. McGraw-Hill.
Seligman, M. E. P., Steen, T. A., Park, N., & Peterson, C. (2005). Positive psychology progress: Validação empírica de intervenções. American Psychologist, 60(5), 410-421.
Compartilhe esta publicação

Isabel Henriques
dezembro de 2025
Publicações recentes

O papel transformador do Sinterklaas: tradições e rituais envolventes na psicologia das crianças
Amanda Almeida · 28 de novembro de 2023

Páscoa em casa: O Encanto das Tradições que Unem Gerações
Tradições de Páscoa que conectam famílias e despertam memórias afetivas.

Como gerir diferentes tradições de Natal
Daniele Dias · 28 de novembro de 2023